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RECRIA E SEUS DESAFIOS! – Adubos Araguaia
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RECRIA E SEUS DESAFIOS!
A fase de recria compreende do final da desmama, até o momento em que o animal é destinado à terminação ou a reprodução. É a fase onde ocorre maior crescimento muscular (hipertrofia) em relação aos outros tecidos corporais, por isso, os animais possuem elevada exigência proteica. Também é o momento mais desafiador para o gado de corte, e talvez, o maior gargalo de perdas econômicas da atividade pecuária. Já que no Brasil, a fase de recria ainda é feita basicamente em regime extensivo de pasto, com pouco ou nenhum uso de tecnologias. Os animais ficam expostos à sazonalidade da produção de forragens, sem a suplementação adequada, acarretando em perdas econômicas e de peso nos períodos de seca e transição.
    O objetivo da fase de recria precisar ser, desenvolver o animal para que ele possa expressar o máximo do seu potencial genético, imprimindo conformação, estrutura e, consequentemente, ganho de peso no menor tempo possível, seja para o abate de animais precoces e pesados, ou para reprodução de jovens fêmeas. Pois esta, é a fase de maior eficiência fisiológica e nutricional do animal, onde ele apresenta maior conversão alimentar quando comparado com as fases de cria e terminação. Além disso, por ser uma categoria mais leve, é possível elevar o número de animais por área, consequentemente aumentando o ganho de produção por hectare. Nessa fase, o peso é o fator determinante, um ponto-chave para a antecipação da idade de abate e para a primeira prenhez no caso das fêmeas. Se o desenvolvimento do animal não for bem feito na recria, o processo de engorda, assim como, os índices reprodutivos, podem ser prejudicados.
    Por estes motivos, é a fase ideal para intensificar as estratégias nutricionais da categoria, de modo que os animais possam expressar todo seu potencial genético e produtivo. A suplementação alimentar na recria pode promover aumento no ganho de peso, que tende a ser mantido na fase de terminação, encurtando o ciclo produtivo e reduzindo o impacto ambiental gerado pela produção desses animais, produzindo uma carne de melhor qualidade e mais sustentável. Da mesma forma, uma novilha pode ter sua idade ao primeiro parto reduzido em até 10 meses, gerando um produto a mais em sua vida útil na propriedade, reduzindo o impacto da atividade com aumento de sua produtividade na fazenda.

Então, como intensificar a recria?

Como já dito anteriormente essa é uma categoria jovem, com uma exigência proteica elevada, e que provavelmente será desmamada em uma pastagem na época da seca, sofrendo as consequências da ausência de chuva e da mãe. Logicamente, o desafio se inicia da forma mais complexa possível, pois mesmo com a estratégia de diferimento de pastagens, e boa disponibilidade de matéria seca, o valor nutritivo desses, ainda são baixos, apresentando elevado teor de fibra indigestível e teores de proteína bruta inferiores ao nível crítico, entre 4 a 5% da MS, abaixo dos valores de mantença dos animais, limitando o consumo e desempenho dos mesmos.

    Dessa forma, é preciso planejar a recria, estar alinhado com o objetivo, o sistema de produção de nosso cliente, e ter atenção com os animais desde a desmama. O desmame deve ser realizado da forma menos traumática possível, mantendo os bezerros no mesmo pasto após o desmame sempre que possível, pois já estão familiarizados com o ambiente, aguadas, cochos, malhadouros etc. A manutenção do suplemento de bezerros (Creep-feeding) pelo período de adaptação a vida longe da mãe, evita uma queda muito brusca de consumo de suplemento, disponibiliza nutrientes para evitar perda de peso pelo estresse, e melhora o desenvolvimento do animal de uma forma geral.
    A recria deve ocorrer em pastagens com mais folhas e menos talos, a fim de facilitar o consumo de uma forragem com melhor qualidade nutricional, mesmo em época de seca, afinal, são animais quais ainda estão “aprendendo” a ser ruminantes. É uma fase em que o animal em recria, tem dificuldades para o adequado consumo de forragem, e geralmente, apresenta perda de peso. Por isso deve-se lançar mão de uma suplementação proteica, essa suplementação não irá representar apenas o fornecimento adicional de proteína na dieta dos animais, mas também irá garantir o aumento do consumo do pasto devido ao melhor aproveitamento da forragem consumida, elevando o consumo de matéria seca do animal a pasto, consequentemente, aumentando o desempenho no período.
    É de extrema importância a definição clara dos objetivos da suplementação dentro de cada propriedade, pois a adição de nutrientes via suplemento durante a recria na estação seca do ano pode visar, desde a simples mantença de peso, quando não se quer intensificar o sistema, passando para ganhos adicionais moderados de 200 – 400 g/dia por animal, até ganhos adicionais de 500 – 700 g/dia, quando se objetiva reduzir o tempo de recria e otimizar os índices zootécnicos. Uma recria de sucesso tem como principal indicador o GMD elevado, é necessário produzir o maior número de arrobas durante a fase de crescimento do animal, momento em que a conversão alimentar é altamente positiva quando comparamos com a fase de engorda por exemplo.
    O principal ponto para que haja o melhor desempenho possível neste período, é a constância nos ganhos, ou seja, ganhar peso na seca e nas águas, eliminar o “efeito sanfona”, significa intensificar o sistema, para isso, trabalhar com uma suplementação de 0,3% do PV dos animais ou superior é obrigatório. Desta forma, quanto mais o animal ganha nesse período, mais barato fica o custo da arroba produzida ao final do ciclo, assim o valor de investimento na categoria é retornado em menor tempo ao produtor. O sequestro desses animais para serem suplementados completamente no cocho, com volumoso de qualidade (geralmente silagens) feito a baixo custo nas águas, e concentrados na linha de 0,3 e 0,4% do PV de consumo, também são opção viável e rentável para recria desses animais, imprimindo ganhos de águas no período da secas, e aliviando a fazenda para outras categorias menos exigentes, ou até mesmo para recuperação de áreas.
    Os frutos colhidos obtidos através da intensificação da recria são, elevado ganho de peso, exercendo grande influência na composição da carcaça dos animais. Alguns trabalhos inclusive, indicam que o crescimento acelerado do animal, estimulado por um protocolo de nutrição intensivo, irá resultar em maior deposição de gordura corporal quando comparado ao crescimento mais lento, ou seja, significa melhor rendimento de carcaça no abate e melhor qualidade de carne. Consequentemente, melhor remuneração financeira no abate de animais vindos de uma recria intensiva.
    Manter a produção contínua de carne durante todo o período de recria, é uma missão dura e árdua, que só é possível, aumentando os níveis tecnológicos de suplementação, adequando o manejo do pasto, executando um planejamento de produção de forragem à baixo custo, sanidade animal e genética. Essa intensificação do sistema produtivo como um todo, é fundamental para competitividade e sustentabilidade financeira e ambiental do setor pecuário.

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Rômulo Dutra Uliana – Médico Veterinário/USP – Assistente Técnico em Pecuária na Araguaia.

 

REFERÊNCIA:

 

CAETANO, G. A. O.; et al. Diferentes Dietas seus Efeitos na Recria de Bovinos Confinados: Uma Revisão. Tecnia, v. 5, n. 1, p. 60-73, jul. 2020. ISSN 2526-2130. Disponível em: http://revistas.ifg.edu.br/tecnia/article/view/764 . Acesso em: 15 set. 2020.

FERREIRA, L. O et al. Suplementação de tourinhos Nelore a pasto, com ou sem adição de narasina no período de recria, e terminação em confinamento. Disponível em: < https://repositorio.ifgoiano.edu.br/handle/prefix/1234>. Acesso em: 15 set. 2020.
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SANTOS, D. T.; et al. Suplementos Energéticos para Recria de Novilhas de Corte em Pastagens Anuais. Análise Econômica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.6, p.2359-2368, 2004.
TORRECILHAS, J. A., BERCHIELLI, T. T.; Qualidade da carne de bovinos submetidos a diferentes estratégias durante a recria e terminação. Tese de doutorado, Pós-graduação Zootecnia – FCAV, 2020. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/193281. Acesso em: 15 set. 2020