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Silagem: O que devemos nos atentar?

 

Primeiramente vamos definir o que é silagem ou devemos falar ensilagem? Tem diferença?

 

Ensilagem é o processo que dá origem a silagem e consiste no corte da planta na época ideal, enchimento do silo (local destinado ao armazenamento da silagem) com a compactação da massa verde picada, e posterior vedação do silo.

Já a silagem é um produto resultante de um processo de anaerobisose, isto é, na ausência de oxigênio, por acidificação do material verde vegetal. Quando bem-preparada apresenta características nutritivas semelhantes à forrageira que lhe deu origem e garante bom consumo e bons índices de produtividade.

A prática da confecção de silagem tem ganhado cada vez mais espaço na produção de gado de corte, buscando maior rentabilidade econômica com ganhos elevados nos índices zootécnicos, auxiliando muito os confinadores a adotarem esta prática. A integração lavoura-pecuária também vem contribuindo bastante para o uso desta prática, reduzindo custos de recuperação ou formação de pastagem.

Os principais benefícios da confecção de silagem são:

  • Produção de 30 a 50 % a mais de nutrientes em comparação à produção de grãos;
  • Manutenção do valor nutritivo do material ensilado, quando realizado corretamente;
  • Liberação de área mais cedo, para uso de safrinha ou formação de pastagem;
  • Requer menos espaço de armazenagem, por unidade de matéria seca (MS) do que comparado a fenação;
  • Alta aceitabilidade;
  • Processo totalmente mecanizado;
  • Menor custo das máquinas em relação a fenação;
  • Menor dependência a condições climáticas;
  • Garante alimento, mesmo em épocas de alta no preço dos insumos;
  • Aumenta a taxa de lotação por unidade de terra;

Pensando em uma boa confecção de silagem de milho 4 pontos críticos devem ser levados em consideração, os quais serão citados logo abaixo:

 

Escolha do material a ser plantado

A escolha do híbrido a ser plantado será chave fundamental para o sucesso de sua produção. A escolha de um bom material irá favorecer a qualidade da silagem, com boa produção de massa e de bom valor energético, devido a presença de grãos, sendo bem aceita pelos animais.

A escolha do híbrido associado a um bom manejo vai garantir uma boa produção e qualidade de silagem, visto que todo o processo de ensilagem não melhora a qualidade do material, somente a mantém.

A escolha do híbrido irá envolver alguns fatores tais como:

  • Material com maior digestibilidade de fibra;
  • Alta produtividade e boa digestibilidade dos grãos;
  • Alta produtividade de massa seca;
  • Tolerância a pragas e doenças;
  • Ciclo vegetativo alinhado ao manejo de corte da planta para ensilar, garantindo o corte no ponto ideal.

Quer saber mais a respeito da escolha do híbrido?  Fique atento aos próximos artigos.

 

Acertar o ponto de colheita do milho

Determinar o momento certo do corte da silagem do milho é uma das principais decisões a serem tomadas para termos uma silagem de alta qualidade.

O ponto ideal de colheita do milho é quando a planta atingir entre 34 e 36 % de MS e 2/3 do grão preenchido por amido, ou seja, aproximadamente 70 % a 80 % do amido acumulado.

Se a colheita ocorrer fora deste ponto ótimo, podemos ter prejuízos. No caso de ser colhido antes, lavoura muito verde, a planta não irá acumular o seu máximo de amido, teremos dificuldades na fermentação do material ensilado, deixando a silagem com cheiro desagradável reduzindo o consumo dos animais.

Quando a colheita é realizada muito tardias perdas também irão ocorrer, pois essa condição irá dificultar a compactação e reduzir a capacidade de fermentação do material.

O processamento dos grãos também precisa ser ajustado para que aproximadamente 95 % dos mesmos sejam quebrados e em torno de 70 % sejam fracionados em partículas menores de 4 mm, para que assim o amido fique mais disponível e ao mesmo tempo evitamos a seleção por parte dos animais.

As máquinas devem estar bem-preparadas para um corte eficiente da forragem garantindo tamanho de partícula entre 1 a 2 cm, favorecendo a compactação, aumentando assim a superfície de contato acelerando a fermentação desta silagem.

 

Ensilagem do material

Esta fase é um dos momentos mais críticos de todo o processo de confecção da silagem, pois se refere às boas práticas de acondicionamento, armazenagem e vedação do silo para garantir fermentação adequada à conservação e à manutenção da qualidade nutricional da biomassa colhida no campo.

Para melhor compactação do material o ideal é que se faça camadas finas de 15 a 20 cm para facilitar toda compactação. O enchimento vai depender do formato do silo, em silos trincheira devem ser feitos em forma de rampa, obedecendo a inclinação de 45 graus.

Outro ponto de atenção é quanto a taxa de compactação, onde devemos ter no mínimo 40 % do peso de todo material que chega por hora no silo em peso de trator compactando.

Por exemplo: uma forrageira colhendo 20 toneladas por hora de silagem, necessita de 8 toneladas de trator compactando este material durante o tempo igual ou superior ao da colheita, ou seja, trator não fica parado, sempre compactando, expulsando assim todo o ar no interior deste silo garantindo ótima fermentação.

O fechamento do silo irá garantir a qualidade e evitar composição microbiológica inadequada do produto. O ideal é que a vedação seja feita com lonas resistentes a danos externos e haja como barreira ao oxigênio. É fundamental a retirada máxima possível de ar entre a lona e a silagem buscando promover boa fermentação do material, podendo posteriormente promover peso adequado sobre a lona através de colocação de terra, pneus para maximizar a vedação e reduzir perdas no topo da silagem.

A vedação deve ser mantida por no mínimo 21 a 30 dias período em que ocorrerá a fermentação, redução do pH e estabilização da silagem.

 

Retirada do material ensilado

Para a retirada é importante respeitarmos uma fatia mínima de corte de 30 cm/dia evitando assim exposição do material ao oxigênio de forma desnecessária.

No caso da retirada ser realizada com a concha do trator, deve-se tomar cuidado quanto ao movimento realizado evitando a descompactação da silagem e entrada de ar no interior do silo, mantendo assim a integridade do material reduzindo perdas.

O movimento ideal é que seja realizado de cima para baixo e não de baixo para cima como a maioria realiza. Quando se realiza o movimento de baixo para cima ocorre a descompactação e desestruturação do material ensilado, empurrando ar para o interior do silo, causando a decomposição da silagem perdendo todo o processo de compactação e fermentação. Na figura abaixo poderão ser visto estes exemplos.

 

A Araguaia possui equipe técnica especializada que irá te auxiliar em todas as etapas de plantio, colheita e confecção da silagem, além de contar com materiais de milho adequados a sua realidade e lonas para o fechamento de seu silo.

Entre em contato com um dos nossos consultores e conte com a nossa assistência e produtos de qualidade para melhor produtividade e qualidade nutricional de sua silagem.

 

Autor: Filipe Barros de Oliveira – Engenheiro Agrônomo – Esp. Manejo de Pastagem, Coordenador Técnico de Pecuária.

 

Referências:

EMBRAPA – Silagens: Oportunidades e pontos críticos (Comunicado Técnico 43) – Disponível em https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/65412/1/COT-43-Silagens-oportunidades-e.pdf

EMBRAPA – Silagens de Forrageiras Tropicais – Disponível em https://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD51.html

BARBOSA, Eugenio Faria; JUNIOR, Gilson Sebastião Dias; SALVATI, Gustavo.  Silagem de milho colhida com colhedoras de forragem autopropelidas. Milk Point, 18/04/2019

DIAS, F.N. Avaliação de parâmetros agronômicos e nutricionais em híbridos de milho (Zea mays L.) para silagem. 2002. 96p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, Piracicaba, SP.

 

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