Blog panorama do tomate
PRODUÇÃO DE TOMATE EM 2022

A subida dos preços dos fertilizantes foi o principal fator impactante no aumento do custo de produção do tomate indústria e mesa no país, principalmente após a guerra da Ucrânia, que assim como a Rússia são fornecedores importantes desse insumo para o Brasil.

Outro segmento que sofreu impacto na elevação de valores foi a mão de obra. O Brasil tem altos níveis de desemprego, e infelizmente a parte da população que se encontra nessa situação não vê a agricultura como uma fonte de trabalho, isso faz com que a mão de obra especializada e o número de trabalhadores estejam cada vez mais restritos. Dificultando os manejos e tratos culturais de diversas culturas, em especial o setor de hortifruti, que necessita de muitos trabalhadores por área cultivada. Sendo assim os poucos profissionais que sobram são disputados entre muito produtores, que faz aumentar a demanda e valores cobrados. Além da logística dificultada por buscarem trabalhadores em outros estados, tendo o produtor que arcar com o custo do transporte, alojamento, alimentação, entre outras despesas de manutenção desse profissional.

O diesel foi outro fator de impacto no segmento de hortifruti, uma vez que as horas de máquinas gastos é considerável, pois o cultivo necessita de áreas bem preparadas e aplicações sequenciais em curtos intervalos de tempo. O frete também é impactado pela elevação dos combustíveis pois, as regiões de maior produção de frutas e hortaliças se encontram concentradas em cinturões verdes que abastecem praticamente o país todo, principalmente quando falamos de culturas como hortaliças de frutos que é o caso do tomate.

Outro custo agregado ao tomate é o arrendamento de áreas de plantio. Dificilmente se cultiva duas safras sucessivas na mesma área, em virtude da contaminação por doenças de solo. Diante disso o produtor acaba optando por arrendar áreas de terceiros, e migrar seus cultivos a cada safra. Esse formato é interessante para o proprietário da terra, pois o produtor de tomate tem por característica fazer uma boa correção e adubação dessa área, no qual deixa um resíduo interessante para as culturas sucessivas, sendo assim, com boas condições de desenvolvimento das próximas safras.

Segundo a análise do CNA, os custos de produção de tomate no ano de 2022 foram divididos da seguinte forma, 21% custos em fertilizantes, 20% em mão de obra, 12% em fitossanitários.

A produção do verão tende a ser mais baixa pela dificuldade de cultivo que requer aumento dos tratamentos fitossanitários, culminado a isso espera-se ter aumento no valor dos frutos comercializados, recorrentes a diminuição de oferta do fruto e aumento da demanda do mesmo. Diferentemente do ocorrido na segunda metade da safra de inverno, que ocorre a entrada de tomate indústria comercializado como mesa, principalmente nas praças de cultivo da região centro oeste que é o principal polo produtor de tomate do país.

Em 2022, o estado de Goiás deve atingir uma produção de aproximadamente 971,4 mil de toneladas, que representa 27% de toda a produção nacional. Quando comparamos a produção nacional, que esperasse produzir cerca de 3,6 milhões de toneladas, que corresponde a um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior, com incremento de área de plantio podendo chegar a 2,7% de aumento segundo o IBGE.

Um dos principais desafios da cadeia produtiva de tomate é o controle de pragas, incluindo elas a Tuta absoluta, mais conhecida como traça do tomateiro, e Liriomyza huidobrensis, vulga larva minadora. Essas duas pragas estão dizimando lavouras e fazendo aumentar o custo de produção pelo excessivo gasto com produtos fitossanitários em intervalos curtos entre aplicações, além do gasto com combustíveis como diesel.

É cada vez mais comum produtores que baixa tecnologia diminuir ou simplesmente deixar a cadeia produtiva, pelas dificuldades de se manterem no mercado, principalmente pelos altos custos de produção associados a dificuldade no momento da comercialização. Produtores de maior porte por muitas vezes tem acesso direto ao comprador final, as chamadas cadeias curtas de comercialização, que favorecem o preço final de venda ser mais atrativo. Já produtores de menor porte, por ter produção menor, acabam ficando por muitas vezes refém de atravessadores ou de um terceiro para comercializar sua produção, sendo assim considerada uma cadeia longa, e que acaba por retirar boa parte da margem de lucro dos produtores, dificultando sua rentabilidade e diminuindo o investimento de um novo cultivo.

Produtividade e rentabilidade não envolvem somente a produção em larga escala, ou de produtores “grandes”, envolve tecnologia! Tecnologia começa pelo básico, que parte de uma análise química do solo, compra de fertilizante de qualidade, com bons teores de macro e micronutrientes, plantio de variedades produtivas, adaptadas a sua região, condições de cultivo e mercado consumidor.

Tecnologias é fazer a desbrota em época correta, misturar produtos fitossanitários que tenham compatibilidade, fazer rotação de princípios ativos, cuidar na mistura excessiva de produtos químicos (defensivos e fertilizantes foliares).

O segmento de hortaliças por muitas vezes pode ser considerado oportunista e aventureiro. Muitos produtores acabam observando o valor de mercado da última safra e tiram conclusões precipitadas sobre isso, aventurando-se no cultivo. Isso acaba por colocar produto de baixa qualidade no mercado, aumentando a oferta e consequentemente reduzindo o preço pago e a rentabilidade dos produtores fazendo com que muitos deixem de produzir, incluído agricultores experientes na cultura.

Pensando em sempre atender os produtores com mix e produtos e qualidade, a Araguaia constantemente traz ferramentas de cultivo, como novas variedades de sementes de hortaliças, fertilizantes foliares, condicionadores de solo, produtos fitossanitários, além de uma linha especial de fertilizantes granulados, chamada Hortimax®, que conta com duas formulações, uma para base (03-18-05) e outra para cobertura (13-03-25), ambas com fontes diferenciadas de macro e micronutrientes para o seu cultivo. Além disso a Araguaia conta com uma equipe de Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos que sempre está buscando aperfeiçoar as linhas de fertilizantes existentes e desenvolver novas fórmulas, sempre visando suprir as necessidades das culturas produzidas pelo produtor rural.

Para altas produtividades, conte conosco.

Autor: Scheila Ronconi Da Rolt – Coordenadora Técnica de Hortifruti – P&D

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NOTICÍAS AGRÍCOLAS. Consumo de fertilizante no Brasil crescerá em 2023 com queda de preços, prevê Rabobank. [S. l.], 9 nov. 2022. Disponível em: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/332750-consumo-de-fertilizante-no-brasil-crescera-em-2023-com-queda-de-precos-preve-rabobank.html#.Y5cKQHbMLIW. Acesso em: 29 nov. 2022.

CARNEVALLI, Juliana. Goiás assume liderança isolada na produção de tomate no país. Agencia Cora Coralina de noticias, 8 dez. 2022. Disponível em: https://agenciacoradenoticias.go.gov.br/66068-goias-assume-lideranca-isolada-na-producao-de-tomate-no-pais#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20goiana%20de%20tomate,3%2C8%20milh%C3%B5es%20de%20toneladas. Acesso em: 29 nov. 2022.

CONSELHO NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Infográfico Custos de Produção. 18 nov. 2022. Disponível em: https://cnabrasil.org.br/publicacoes/infografico-custos-de-producao-tomate. Acesso em: 29 nov. 2022.

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CANAL RURAL. Chance de escassez de fertilizantes é cada vez menor, diz Rabobank, 2 jul. 2022. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/chance-de-escassez-de-fertilizantes-e-cada-vez-menor-diz-rabobank/. Acesso em: 29 nov. 2022.

MINISTERIO DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO. O Plano Nacional de Fertilizantes. 3 maio 2022. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/fertilizantes/plano-nacional-de-fertilizantes/o-plano-nacional-de-fertilizantes. Acesso em: 29 nov. 2022.

ANUÁRIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA EM NUTRIÇÃO VEGETAL, Abissolo, 2022, São Paulo. A Importância Estratégica das Cadeias Emergentes no Plano Nacional de Fertilizantes, 2022. Disponível em: https://www.abisolo.com.br/wp-content/uploads/2022/09/abisolo-anuario-2022.pdf. Acesso em: 29 nov. 2022.