FEBRE AFTOSA - CAMPANHA DE VACINAÇÃO
FEBRE AFTOSA
A doença é mais grave em animais jovens, causando quedas de
produção, febre, aftas na boca, tetos e lesões ulcerativas interdigitais,
deixando os animais debilitados por dificuldades de alimentação e locomoção, podendo
levar a morte. O vírus está presente em todas as secreções e excreções do
animal, como por exemplo no líquido das aftas e feridas ulcerativas, saliva,
sêmen, leite, urina e fezes que pode contaminar outros animais e o ambiente. A
Febre Aftosa é considerada uma zoonose, ou seja, acomete o homem e tem forte
impacto na vida econômica e social da população.
O principal reflexo na população, ocorre devido a sua importância
sobre a economia nacional, no Brasil a Febre Aftosa é fator limitante para o desenvolvimento
econômico e sua presença impõe a adoção de medidas sanitárias no comércio
interno e externo de animais e produtos de origem animal, os quais dependem
diretamente da confiabilidade dos alimentos e de sua certificação, sendo
obrigatório os produtos oriundos de animais serem isentos do vírus. A
importância da Febre Aftosa em saúde pública seria ínfima se não
considerássemos o ponto de vista social e econômico. Entretanto, ela afeta os
produtores, empresários, famílias rurais e toda população, prejudicando o
consumidor e a sociedade em geral pela interferência que a doença exerce na
disponibilidade e distribuição dos alimentos de origem animal no país e no mundo.
O Brasil, sob a coordenação do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), e com a participação dos
serviços veterinários estaduais e do setor agro produtivo, erradicou a
Febre Aftosa em todo o país, alcançando o reconhecimento internacional da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em maio de 2018 como área livre da doença
por vacinação. Recentemente através do Plano Estratégico do Programa Nacional
de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento reconheceu como áreas livres de febre aftosa sem
vacinação, além de Santa Catarina, os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do
Sul e Rondônia. Também foram reconhecidas algumas regiões do Amazonas e do Mato
Grosso. O restante do país é considerado zona livre da doença por
vacinação, dessa forma devem aderir as campanhas realizadas semestralmente nos
meses de maio e novembro, sempre atentando-se para as particularidades de cada
estado e as recomendações dos respectivos órgãos de defesa animal. Desde abril
de 2006, há mais de 14 anos, o Brasil se mantém sem ocorrência da doença em seu
território.
VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AFTOSA
A vacinação contra a febre aftosa ocorre em duas etapas,
sendo realizada semestralmente, sempre nos meses de maio e novembro. Animais
até 24 meses devem ser vacinados 2 vezes ao ano, enquanto animais acima dos 24
meses devem receber apenas uma dose da vacina. Os dados parciais
da primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa realizado em maio de
2020 mostraram uma cobertura vacinal de 97,86% do rebanho de bovinos
e bubalinos de todas as idades dos estados que já enviaram os dados. No total,
já foram contabilizados a imunização de mais 177 milhões de animais. Dos 23
estados que praticam a vacinação, foram contabilizados os dados de 18 estados,
um está em análise e outros três ainda não enviaram o relatório com os dados
finais. O Estado do Amapá realiza a vacinação anual de todo o seu rebanho
apenas no segundo semestre do ano. Em 2019, na campanha de
maio, foram vacinados 196 milhões de bovinos e bubalinos, cobrindo
98,08% do total.
Os
estados de Goiás e Mato Grosso foram os estados com maior cobertura vacinal
durante a primeira etapa da campanha em maio de 2020, totalizando 99,39% e
99,67% dos rebanhos vacinados respectivamente, isso mostra o quão cultural a
vacinação já se tornou nesses estados. Goiás e Mato Grosso fazem parte da área
livre da doença através da vacinação, e irão aderir à campanha de novembro, que
tem como obrigatória a vacinação de animais até 24 meses de idade. Com a
particularidade de que no estado do Mato Grosso, propriedades cadastradas no
INDEA como “Firme” devem vacinar os bovinos e bubalinos de 0 a 24 meses de idade.
Já as propriedades cadastradas no INDEA como “Baixo Pantanal” devem realizar a
vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino da propriedade.
RECOMENDAÇÕES PARA VACINAÇÃO
O primeiro passo para a correta imunização do rebanho
mediante a vacinação, tem início na compra da vacina. A vacina só pode ser
comercializada por lojas cadastradas e com registro nos órgãos de inspeção
animal do respectivo estado de comercialização do produto. Lembre-se de aferir
a temperatura da geladeira ou câmara fria onde as vacinas estão estocadas, a
temperatura ideal é de 2 a 8 °C. O transporte da vacina deve ser realizado de
forma correta, em caixas isotérmicas com a presença de gelo, utilize sempre 3
partes de gelo para 1 parte de vacina, sempre que possível evite o contato
direto do frasco com o gelo. Lacre a caixa a fim de garantir a manutenção da
temperatura e a segurança dos frascos vacinais.
Mantenha
sempre a vacina na temperatura ideal até o momento da aplicação, escolha sempre
o horário mais fresco do dia para realizar o manejo de locomoção dos animais
até o curral e de aplicação, isso garante um menor estresse aos animais. Durante
a vacinação, mantenha as vacinas e as seringas carregadas na caixa isotérmica,
sendo retiradas da temperatura ideal apenas para recarga ou aplicação no
animal. Para aplicação, utilize agulhas novas, adequadas e limpas, lembre-se
sempre que a higiene e a limpeza são fundamentais para uma correta vacinação e
imunização do rebanho. Agite bem o frasco antes de utilizar e aplique a dosagem
correta em todos os animais, lembrando que a dose é de 2 mL, independentemente
do animal e do fornecedor da vacina. Não custa lembrar, que o local correto e
adequado para a aplicação da vacina no animal é na tábua do pescoço, preferencialmente
abaixo da pele (subcutâneo), podendo também ser aplicada no musculo. Mantenha
sempre a seringa limpa e troque periodicamente as agulhas.
E claro, não se esqueça de preencher corretamente a declaração de vacinação e entregá-la ao serviço veterinário oficial de seu respectivo estado, junto a nota fiscal de compra das vacinas.
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no segmento pecuário, composta por Médicos Veterinários, Zootecnistas e
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e lojas, agregando valor a venda de produtos e entregando uma experiência de
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Grosso, com auxílio técnico completo sobre o portifólio pecuária, o qual possui
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Rômulo
Dutra Uliana - Médico Veterinário – Mestrado USP, AT Pecuária
REFERÊNCIAS
SOUZA, V. F. de. Epidemiologia, patogenia, diagnóstico, prevenção e controle da febre aftosa., SÉRIES Embrapa: coletânea de publicações seriadas da Embrapa Gado de Corte - 2006 - 2007 -2008. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2009. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPGC-2009-09/12401/1/DOC166.pdf>. Acesso em: 01 out. 2020.
BRASIL. Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), Departamento de Saúde Animal, Secretaria de Defesa Agropecuária, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, Brasilia, DF. Ago 2019. Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-desaude-animal/febre-aftosa/pnefa-2017-2026/pnefa-2017-2026> Acesso em: 01 out. 2020.
BRASIL. Cobertura Vacinal de Febre Aftosa na 1ª etapa de 2020 no Brasil, Departamento de Saúde Animal, Secretaria de Defesa Agropecuária, Divisão de Febre Aftosa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, Brasilia, DF. Set 2020. Disponível em <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa/vacinacao/Vac_BR_2020_1_parcial_25_09.pdf> Acesso em: 01 out. 2020.
BRASIL. Febre Aftosa, Departamento de Saúde Animal, Secretaria de Defesa Agropecuária, Divisão de Febre Aftosa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, Brasilia, DF. 2020. Disponível em <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa> Acesso em: 01 out. 2020.